Somos todos giseles

Sou magrela de nascença, quer dizer, quase. Nasci rechonchuda, mas depois fiquei assim, magrelinha (como os meus sobrinhos adoram dizer). 
Estava almoçando hoje e pensando sobre comer sem culpa. As pessoas costumam dizer: “fácil pra você falar, você é magrinha, você pode”. Sempre que ouço isso fico sem graça e, lá no fundo, sinto um tom acusativo e uma certa culpa por ser “magrinha”. Bom, antes de expor meu ponto de vista (leigo) sobre o assunto, vou contar um “causo pro cêis”.

Há uns quatro anos atrás, em meio a Copa do Mundo da África, eu fiz uma cirurgia que me deixou de dieta zero. É, dieta zero é isso mesmo que você está pensando: zero comida, só no soro. Não lembro quantos dias foram só de soro, sei que aos pouco a dieta vai voltando ao normal. Primeiro, eu (e todas as pessoas que já passaram por isso) podíamos tomar gelatina e chá, como eu não gosto de gelatina, ficava com o chá, sorte minha que de chá eu gosto. No último dia de hospital, quando me levaram pão e maçã, achei que não era para mim. Já em casa, eu podia comer sopa, batida no liquidificador e coada, tipo papinha, mas pior, porque não era tudo que poderia colocar lá. Nos últimos dias, minha mãe disse: “Bia, não aguento mais fazer sopa pra você”. Só pude responder: “mãe, eu não aguento mais a sra. fazendo sopa pra mim”. Não lembro quanto tempo durou toda esta tortura, acho que uns 74 anos (ou talvez uns dez dias), mas quando o médico anunciou que eu poderia comer arroz e feijão de novo, ah! Que beleza! Mas só dalí uns dois dias, foi uma ansiedade. Chegado o momento, depois da primeira garfada naquele banquete de deuses, mandei um sms para minha irmã “como arroz e feijão é feita de grão em grão nossa felicidade”, trecho da música do Teatro Mágico, que eu aguardava ansiosamente para cantar. Mais uns dias e tudo estava liberado, menos o meu apetite, que era quase zero, e até hoje não está lá grandes coisas.
Passado o causo, e cumprindo o prometido: o que eu acho sobre comer, comer, comer... 
Como diria a musiquinha comer é o melhor para poder crescer, para qualquer lado, diga-se de passagem. Sou defensora (mesmo antes da cirurgia) que devemos comer o que der vontade. O problema está na quantidade que você come e no tanto de vezes que te dá vontade. Eu não fico sem doce, mas também adoro uma comidinha mais saudável. Como diria minha mãe, tudo que é demais enjoa, então, o segredo está no equilíbrio. Comer um pouco para comer de tudo, e comer bem sempre. Comida não é só uma questão de gosto, é de saúde. E aí está o ponto mais importante, manter-se saudável.



A maioria das pessoas não pensa nessa questão. Tem o time daqueles que só pensam em emagrecer, chegar no padrão “gisele”. O que vira um problemão, porque de gisele, só tem a Bündchen. Podemos aí falar das dietas milagrosas, dos malabares para estar na academia todos os dias (mesmo com a vida corrida de hoje), com as abstinências de tantas comidas (boas), da culpa que não cala a cada mordida e da aberração da “barriga negativa” (será o fim do mundo?). Do outro lado do campo, tem o time daqueles que não estão nem aí e só comem o que dá na telha, deixando de fornecer ao corpo tudo o que ele precisa, ou pelo menos o mínimo necessário. O excesso de peso, geralmente, vem acompanhado de complicações na saúde, colesterol, diabetes, obesidade e até problemas ortopédicos, como dores na coluna e no joelho, por conta do peso.
O que importa é estar bem. E estar bem envolve aceitar o corpo que se tem, sem deixar de preocupar-se com uma vida saudável. Comer um docinho não mata ninguém, e um pézin de alface também não. O segredo da Gisele é um só e, pasme, você também tem! Chama código genético! Depois de dois, é dois, filhos, continuar magrelinha daquele jeito, só com a ajuda da genética (vide Fernanda Lima, que teve dois de uma só vez). E código genético todo mundo tem, somos todos giseles, somos todos trabalhados na singularidade.


Só pra terminar uma das músicas mais legais do planeta: "Pratododia". Sinto uma alegria imensa toda vez que a ouço!

Tirei as imagens daqui ó: 
1- http://comari.com.br/food/item/terca-feira-comida-da-fazenda/
2- http://guiadobebe.uol.com.br/os-tipos-de-alimentos-que-uma-gestante-deve-consumir/
3- http://www.corridaurbana.com.br/2013/08/voce-e-mais-bonita-do-que-voce-pensa/

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